quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Aprendendo com a Água

A água é um guia gentil e delicado para o que os taoistas e budistas chamavam de "modo de vida correto". Na história de Sidarta, o príncipe indiano que se tornou o Buda enquanto meditava embaixo da árvore Bodhi, um velho balseiro lhe ofereceu inspiração e profundo entendimento.
O nome dele era Vasudeva. Esse balseiro tinha passado a vida toda transportando na sua balsa viajantes que queriam atravessar um rio e, durante esse tempo todo, observara os temperamentos e maneiras de pensar dessas pessoas. Vasudeva sugeriu gentilmente a Sidarta que ele prestasse atenção à água.
Foi então que, na superfície espelhada, ele viu os rostos e as vozes de todas as pessoas que ele amava, à medida que se fundiam com o todo maior. Sidarta percebeu, assim, que o rio era o rio da Vida, compartilhado por todos os seres, que clamam os seus anseios, sofrimentos e alegrias à medida que o rio os acolhe em seu abraço. A água corre em direção a um objetivo, o mar, juntando-se a outros rios que afluem de todos os lados; e a água jorra da nascente e também cai das nuvens em forma de chuva. Essa constatação que tocou tão profundamente Sidarta levou-o à experiência da unidade, ou nirvana.
O propósito natural do rio é fluir para o mar e essa pode ser considerada uma metáfora da necessidade profunda que temos de nos conectar à fonte espiritual. O processo de meditação é comparado a um mergulho num oceano de paz, e os pensamentos são vistos como bolhas subindo à superfície da mente.
Se o mar indica maturidade e experiência (sabedoria infinita), o seu extremo oposto é a nascente (energia infinita). A meditação sobre uma nascente pode ajudar você a recuperar o aspecto infantil e alegre do seu ser.
O poço, com o seu simbolismo a meio-caminho entre o mar e a nascente, representa a sabedoria do inconsciente que pode vir, ou ser trazida, à tona e usada de modo apropriado - embora exista também uma forte conotação de cura mística.


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