As culturas antigas reconheceram toda inquietude da mente e a sua natureza nada confiável. Na Índia, a metáfora mais comum para a mente é o elefante selvagem, e no budismo, a mente é comparada à um macaco que fica saracoteando através dos cinco sentidos. Macacos são notoriamente impulsivos, suscetíveis a fazerem qualquer coisa sem aviso prévio. Para lidar com as palhaçadas frustrantes da mente de macaco, a grande maioria das pessoas tenta domá-la – mas esse método nunca funciona. A mente só se torna mais selvagem quando tentamos controla-la e confina-la. A solução é contraditória: para a experiência de paz e calma, temos que libertar a mente. Quando se é livre, ela se acalma e se torna um canal para a paz. Em liberdade, os nossos pensamentos, impulsos e emoções – que são um sub-produto dos pensamentos -, fluem em harmonia com o que é certo, verdadeiro e melhor para cada um de nós.
Como, então, você pode reconhecer e constatar que sua mente está livre? O primeiro passo é entender que a mente em si é uma constante armadilha tentando elaborar uma história sobre quem você é e o que você acredita, e em seguida, defende ferozmente essa história. Observando esta tendência humana, o filósofo Jean Jacques Rousseauescreveu: “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se acorrentado”. A história mais comum que a mente conta é a de que você é o seu ego, um “eu” arraigado que está separado do resto do mundo. Enquanto você acredita nesta história, isto te mantém em um cativeiro. O ego é limitado, subjugado ao medo, tomado e consumido pela ideia de que ele tem que saber o que vai acontecer, a fim de se sentir seguro.
A verdade é que não sabemos o que irá acontecer. Sentir-se realmente seguro, em paz e contente vem do experienciar o contato com seu “eu” verdadeiro, que é puro espírito, sem limites no tempo e no espaço. Quando você sabe que na realidade você não está dentro da sua cabeça, você já é posto em liberdade, como a própria consciência. Abraçar a sabedoria da incerteza não só o libertará da ilusão do ego em controlar, como também o colocará bem no meio do fluxo de alegria da criatividade cósmica.
Para embalar e nutrir esta liberdade em se deixar levar pela existência e ter mais plenitude no momento presente, eu conheço e experimento um caminho: O da meditação. A meditação é uma das práticas mais poderosas para despertar seu verdadeiro eu e a paz que já se se encontra dentro de você, mas é pouco reconhecida. Na meditação, você salta além das conversas e do caos ruidoso da mente, para a consciência tranquila e uma notável expansão interior. Você começa a ver que você não é seus pensamentos, suas emoções, e as histórias que você conta para si mesmo. A medida que você experiencia este silêncio regularmente, sua mente começa a mudar. Em vez de ser dominado pelo medo, pela culpa e outras formas de dor interior, você é dominado por um estado de quietude. A partir desse estado, floresce uma sensação de bem-estar e uma sensação de que você está seguro. Se você permanecer no caminho e continuar experimentando o silêncio interior, um alvorecer de paz prepara naturalmente o anoitecer da alegria e da bem-aventurança.
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