domingo, 20 de setembro de 2015

Quem é Gautama Buda, sua História e ultima encarnação

QUEM É GAUTAMA BUDA

O estado búdico

O nome Buda significa “o iluminado”. Vem de Budh, em sânscrito, que significa despertar, conhecer, perceber. Indica um cargo na hierarquia espiritual, um estado evolutivo, que é alcançado quando o ser se submete a determinadas iniciações específicas para este cargo e alcança a vitória naquelas iniciações. De modo geral, as pessoas costumam designar o ser que ocupa o cargo com o nome do próprio cargo. Por exemplo, diz-se de Jesus: "o Cristo", referindo-se ao estado crístico que Ele alcançou. Da mesma forma, diz-se de Gautama: "o Buda", referindo-se ao estado búdico que Ele alcançou. Cargos espirituais desta magnitude podem ser alcançados por muitos seres que vão atingindo paulatinamente elevados patamares evolutivos. No entanto, para a grande maioria da humanidade, quando se fala "Buda", logo se imagina tratar-se de Gautama e quando se fala "Cristo", logo se imagina tratar-se de Jesus.

As representações de Gautama

As representações artísticas de Gautama realçam os aspectos divinos que manifestou em vida. No alto da cabeça, há sempre uma elevação, simbolizando o chacra da coroa elevado, o lótus das mil pétalas, o chacra da iluminação. Suas mãos estão em posturas especiais: os mudras, que mudam de acordo com a característica que se quer realçar. É comum também expressar-se artisticamente Gautama em postura de meditação, que mostra sua conexão com o estado interior da vida.

O cargo de "Senhor do Mundo"

Este cargo foi ocupado por Sanat Kumara, desde sua vinda para a Terra, até recentemente, quando passou o cargo para Gautama. É o cargo mais elevado na Hierarquia Espiritual na Terra. No dia 1º de janeiro de 1956 Gautama Buda recebeu o Manto de “Senhor do Mundo”. O cargo de “Senhor do Mundo” implica sustentar a linha da vida das evoluções da Terra através da chama do seu próprio coração. Gautama Buda mantém a Chama Trina para as evoluções da Terra através de uma filigrana de luz que se estende a partir do seu coração para o coração de todo filho e filha de Deus. Assim como Sanat Kumara veio à Terra guardar a Chama da Vida, Gautama realiza o mesmo serviço, sendo parte de todos os que evoluem na Terra. À medida que os discípulos evoluem na sua capacidade de gerar e manter a luz, vão se tornando capazes de sustentar a própria Chama Trina e a vida pulsando em seus corpos. Se Gautama retirasse Seu apoio, teríamos muita dificuldade para manter nossas vidas. A maioria da pessoas não sabe de onde vem a fonte da energia que lhes permite sobreviver até que tenham a condição de manter sua própria luz.



A HISTÓRIA DE GAUTAMA BUDA

Gautama foi o porta-voz das evoluções venusianas, quando ficaram sabendo que Sanat Kumara viria para a Terra, em serviço. Ele se apresentou junto com 144 mil venusianos diante do palácio de Sanat Kumara. Da varanda, Mestra Vênus e Sanat Kumara os ouviam enquanto diziam que acompanhariam seu Guru até a Terra. Já na Terra, os venuzianos construíram Shamballa, aguardaram a vinda de Sanat Kumara e deram sua inestimável contribuição para que a humanidade se erguesse. Em seguida, ao longo do tempo, fizeram a longa caminhada até a sua ascensão. Buda foi o primeiro a ascender. Depois, Maitreya. Gautama tornou-se futuramente o "Senhor do Mundo". Maitreya tornou-se o "Cristo Cósmico" e "Buda Planetário". Gautama ocupava, anteriormente, o cargo de "Cristo Cósmico" e "Buda Planetário". Na mesma ocasião, Maitreya, que ocupava o cargo de "Instrutor do Mundo", e que o passou a Jesus e Kuthumi. Jesus ocupa o cargo de "Cristo Pessoal", sendo o modelo do Santo Cristo Pessoal de cada um.

Em uma de suas vidas, antes da sua ascensão, Gautama Buda encarnou-se como Sumedha, um asceta que habitava uma floresta. Conta-se que, um dia, Sumedha atirou-se na lama, oferecendo o corpo para que Dipankara, um grande Buda, pudesse passar sem sujar seus pés. Dipankara parou sua caminhada e profetizou para a multidão que o acompanhava que, depois de muitas eras, aquele jovem asceta se tornaria um Buda.



A ÚLTIMA ENCARNAÇÃO DE BUDA

O nascimento

O futuro Buda decidiu abandonar temporariamente sua moradia celeste e encarnar na Terra. Na sua última encarnação, nasceu por volta de 563 a.C., aos pés dos Himalaias, ao norte da Índia, no dia da lua cheia no mês de Wesak. Era filho do governante do clã Shakya e membro dos Kshatriya, ou casta guerreira e governante.

No quinto dia depois de seu nascimento, 108 brâmanes foram convidados para uma cerimônia de escolha de nome. O rei convocou dentre eles oito dos mais eruditos, para ler o destino da criança através da interpretação dos sinais do seu corpo. Foram identificados os 32 grandes sinais e os 80 pequenos sinais que o predestinavam a ser um grande homem. Sete dos eruditos concordaram que, se ficasse em casa, tornar-se-ia um rei universal, unificando a Índia, mas que, se saísse, se tornaria um Buda e removeria o véu de ignorância do mundo. O oitavo brâmane declarou que, definitivamente, Ele se tornaria um Buda, renunciando ao mundo depois de ver quatro sinais: um ancião, um enfermo, um homem morto e um sacerdote.

A criança recebeu o nome de Sidarta, que significa: “aquele que cumpre sua missão”. Segundo a lenda, o recém-nascido firmou-se logo sobre os pés e deu sete passos em direção a cada um dos pontos cardeais, dizendo: “é a minha última encarnação”. A rainha morreu sete dias depois de ter dado à luz e o recém-nascido foi amamentado por sua tia e madrasta.

Vida no palácio

O rei, preocupado com as predições, fez tudo o que podia para evitar que seu filho tivesse contato com a dor, o sofrimento, a doença e a morte. Ele o cercou de todo luxo, dando-lhe, entre outras coisas, três palácios. Aos 16 anos Sidarta se casou. Dez anos depois nasceu seu único filho. Apesar de sua vida principesca, mantinha-se insatisfeito e inquieto.

O famoso passeio

Aos 29 anos, deu-se a grande virada em sua vida. Ao fazer os seus quatro famosos passeios, viu um ancião decrépito apoiado num cajado, um homem piedoso coberto de chagas deitado no chão, um cadáver e, finalmente, um monge vestido com uma túnica amarela, de cabeça rapada e com uma tigela de esmolas nas mãos.

Cheio de compaixão pelos três primeiros sinais, Sidarta compreendeu, pela primeira vez na vida, a existência terrena, sujeita ao envelhecimento, à doença e à morte. O quarto sinal lhe indicou a possibilidade de uma alternativa de não sucumbir na condição humana. Sidarta teve, então, a determinação de descobrir a causa e a cura do sofrimento humano. Deixou sua esposa e seu filho recém-nascido, para seguir a senda de um asceta errante. Sidarta partiu em busca dos sábios e hindus eruditos e aprendeu com eles. Insatisfeito, partiu para um bosque com um grupo de cinco ascetas e praticou severas práticas durante seis anos. Nesse período, Mara, a personalização do mal, aproximou-se de Sidarta, para persuadi-lo de sua intenção; mas Sidarta permaneceu firme na sua determinação.

Ascetismo

Ao final desse período, com o corpo esquelético, no limite de suas forças, sem conseguir raciocinar com coerência, compreendeu que o enfraquecimento do corpo não o conduziria ao despertar; que a vida de privações não valia mais que a vida de prazeres. Renunciou, então, ao ascetismo e voltou a se alimentar. Seus discípulos o abandonaram, escandalizados. Seguiu, então, o seu próprio caminho, procurando a verdade. Ficou na aldeia vizinha, aceitando comida dos aldeões e recuperando a saúde. Um dia, estava sentado debaixo de uma figueira para meditar, quando uma mulher veio entregar-lhe alimento. Ela prometera fazer uma oferenda especial de alimentos para a deidade da árvore, se desse à luz a um filho homem. Ao ver Sidarta, entregou-lhe o precioso leite de arroz que preparara, confundindo-o com a deidade da árvore. Sidarta alimentou-se e após a refeição fortalecedora, ele se banhou e sentou-se debaixo da figueira. Ele estava com 35 anos.

A tentação e a iluminação

Sentado sob a figueira, que ficou conhecida como a árvore Bo, (de Bodhi, iluminação) fez o voto de que ficaria debaixo da árvore até atingir a iluminação. Mara voltou para confrontá-lo. Enviou suas três filhas para seduzi-lo. Enviou seus exércitos para lançar sobre ele furacões, uma enchente, rochas ardentes, lama fervente e uma tempestade de armas mortíferas e treva total. Hordas de demônios e uma escuridão total o envolveram. Mas ele se recusou a deixar sua posição. Permaneceu impassível, sereno, imóvel, enquanto à sua volta se desencadeava a tempestade das formas ilusórias.

Gautama conta, num dos seus ditados à Mensageira Elizabeth Clare Prophet: “como última tentativa, Mara contestou o meu direito de buscar a iluminação e tornar-me um Buda. Ele queria o Meu lugar de meditação. Ele disse: “esse lugar me pertence”. E chamou sua comitiva para testemunhar o seu direito. As hordas de demônios gritaram: “somos tuas testemunhas”. Chamei então a Mãe Terra, para que fosse minha testemunha. Bati na terra com a mão direita. A terra tremeu e disse: “Sou Tua Testemunha”. E Mara fugiu. Livre de obstáculos, minha mente se abriu para sucessivas revelações e atingi a iluminação.”*

Sidarta passou o resto da noite em samadhi e através de sucessivos estágios de êxtase espiritual, alcançou a iluminação. Isso aconteceu na noite da lua cheia de Wesak, por volta do ano 528 a.C. Depois, ascendeu ao nirvana durante 49 dias. Gautama Buda retornou do seu primeiro samadhi com a consciência das quatro nobres verdades sobre a existência e transmitiu-as ao mundo. Mara estava aguardando por ele. O tentador disse: “Como a tua experiência poderá ser colocada em palavras? Volta para o nirvana. Não tendes que passar a tua mensagem para o mundo, porque ninguém vai compreendê-lo. Continua em teu êxtase”. Gautama respondeu: “Alguns entenderão.”*

Ensinando

Viajou então para Benares e fez seu primeiro sermão para os seus cinco companheiros anteriores, que se tornaram seus primeiros discípulos. Ensinou durante 45 anos, percorrendo os caminhos da Índia e fundou uma ordem de monges. Um dia, voltou ao reino de seu pai, e sua esposa e seu filho o acompanharam.

Ele diz: “Minha vida não foi uma caminhada suave com meus seguidores. Precisei lutar com meu maléfico primo, Devadatta. Ele quis destruir a sangha a partir do seu interior. Assim, tornou-se membro proeminente da comunidade. Perdi 500 monges por causa das suas mistificações. Ele tentou matar-me três vezes. Mas mantive-me no meu posto. Eu tinha nascido na casta dos guerreiros e fora treinado em artes marciais. Mesmo assim, não lutei com ele. Tinha aprendido uma forma diferente de lidar com aqueles que atacam a luz búdica: dissolver as suas más intenções pelo poder amoroso dos raios secretos. Uma vez, Devadatta ordenou aos guardadores de elefantes que soltassem um elefante enlouquecido. Ele esperava que o animal me pisasse até a morte, enquanto eu dava meu passeio matinal. Queria ocupar a minha posição de Buda. Concentrei minha atenção bem fundo no coração e na câmara dos raios secretos. Eu estava em paz. Levantei a mão direita na postura do mudra do destemor. Subitamente cinco leões seguidos por cinco raios de cores diferentes saltaram de meus dedos. Esses raios búdicos fizeram o elefante estacar por completo.”

Morte

Aos 80 anos, Gautama ficou seriamente doente e quase morreu. Mas reviveu a si mesmo, por achar que os discípulos não estavam ainda convenientemente preparados. Concluiu a instrução de seu primo Ananda, seu discípulo mais próximo. Viajou mais três meses. De acordo com a tradição, Gautama parou na casa de Cunda, o ourives, um dos seus seguidores devotos. Sem o saber, Cunda serviu a Gautama uma refeição que continha cogumelos venenosos. Gautama ficou seriamente doente. Preocupado por Cunda se sentir responsável pela sua morte, Gautama pediu a Ananda para dizer que, de todas as refeições que fizera na vida, duas se sobressaíram por suas bênçãos especiais: uma foi a refeição que lhe fora servida antes da iluminação e a outra a comida que lhe abriu as portas para a transição. Gautama morreu na lua cheia de maio, por volta do ano 483 ac.
Ensinamentos

Gautama não deixou nada escrito. Seus ensinamentos foram verbais e ficaram na memória dos seus discípulos, que foram transmitindo-os oralmente, por repetição, nos diversos mosteiros da Índia. Só muito tempo depois, no séc IV a.C é que vieram a ser transcritos e conhecidos como Tripitakas.

O primeiro sermão de Gautama após a sua iluminação, conhecido como “Colocando em movimento a roda da Lei”, ou “Girando a roda da verdade” foi feito no Parque dos Cervos, perto de Benares. Nesse sermão ele explicou que devíamos evitar os extremos da autoindulgência e da automortificação, para alcançarmos o caminho do meio. Ele disse: “Existem dois extremos, ó bhikkhus, que o homem que abandonou o mundo não deve seguir: a prática habitual, por um lado, da autoindulgência, que é indigna, vã e só serve para os de mente mundana, e a prática habitual da mortificação, que é dolorosa, inútil e sem proveito. Nem a abstinência, nem ficar nu, raspar a cabeça, usar cabelo entrelaçado, vestir roupa tosca, cobrir-se de barro ou fazer sacrifícios, purificará o homem que não estiver livre das suas ilusões".

Gautama ensinou sobre as quatro nobres verdades.

1- A vida é dukkha, sofrimento.

2- A causa deste sofrimento é o tanha, desejo ou vontade insaciável.

3- O sofrimento cessa quando o desejo que o provoca é abandonado e superado. Este estado de liberação através da cessação do sofrimento conduz ao nirvana.

4- O caminho para a liberação é viver segundo a senda óctupla, ou caminho do meio.

Dukkha é uma palavra pali que significa “um eixo que está descentrado em relação à sua roda e também um osso que se deslocou do seu suporte”. Assim, no contexto, dizer que a vida é dukkha significa que a vida está deslocada, que saiu do encaixe. Na nossa concepção ocidental: dukkha é dor, pesar, imperfeição, pecado, mal, estado de desalinhamento. Tanha, em pali, significa sede, vontade insaciável no sentido de desejos errados , autocentrados, egoísticos. Trata-se de impulso para a realização isolada, pessoal; desejo de uma existência finita, prazeirosa e de sucesso mundano. No Ocidente temos uma tendência maior para com a indulgência e no Oriente, para a mortificação. Precisamos do caminho do meio. Gautama ensinou que o Caminho do Meio conduz a seis condições de consciência: inspiração, sabedoria, serenidade, conhecimento superior, iluminação e nirvana.

As 4 nobres verdades podem ser mais bem entendidas desta forma, à luz dos Ensinamentos da Grande Fraternidade Branca:

1- O sofrimento, a dor são universais. Ninguém pode livrar-se deles, desde o nascimento até a morte. A vida é sofrimento. As pessoas sofrem desde que nascem até morrerem.

2- A causa da dor e do sofrimento é o desejo humano, o desejo do ser inferior, o apego e a ilusão, que nos induzem a nascer e a continuar a desejar humanamente e a sofrer. Para satisfazer os desejos do ser inferior, a pessoa comete erros e adquire carma; fica preso no carma e na roda das encarnações, o que provoca mais sofrimento.

3- A libertação da dor e do sofrimento é obtida através da supressão do desejo humano, da ausência de paixões, de ilusões, dos apegos; é fazer cessar todo desejo que não seja do ser divino, os únicos desejos que devem ser acatados. Repudiar os desejos inferiores. Viver de acordo com as necessidades do ser divino.

4- A forma de alcançar a libertação da dor e do sofrimento é trilhar o Caminho Óctuplo, o Caminho do Meio. Consiste em: visão correta, motivo ou atitude mental corretos, fala correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção correta, contemplação correta.


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